O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) subiu 0,13% em julho na comparação mensal com junho, mas desacelerou para 11,39% na comparação anual.
O IPCA-15 difere do IPCA, a inflação oficial do país, somente no período de coleta e na abrangência geográfica.
Para o cálculo do índice de julho, os preços foram coletados no período de 14 de junho e 13 de julho de 2022 e comparados com os vigentes de 14 de maio a 13 de junho de 2022.
É a menor variação mensal do IPCA-15 desde junho de 2020, durante a primeira onda da pandemia (quando ficou em 0,02%).
Em julho do ano passado a taxa foi de 0,72%, o que fez a alta em 12 meses desacelerar de 12,04% em junho para 11,39% em julho.
Os dados divulgados nesta terça-feira (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ficaram levemente abaixo da expectativa do mercado, que era de alta de 0,17% na base mensal e de 11,41% na anual, segundo o consenso Refinitiv.
A inflação desacelerou puxada pelos grupos transportes (-1,08%) e habitação (-0,78%), que segundo o IBGE contribuíram conjuntamente com uma redução de 0,36 ponto percentual no IPCA-15 de junho.
Principais contribuições
Apesar do resultado abaixo da expectativa do mercado, houve variações positivas em 6 dos 9 grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE. O maior impacto (0,25 p.p.) veio de alimentação e bebidas (+1,16%), que acelerou em relação a junho (+0,25%), e a maior variação veio de vestuário (+1,39%), que já acumula alta de 11,01% no ano.
No lado das quedas, destacam-se os grupos transportes (-1,08%) e habitação (-0,78%), que juntos contribuíram para reduzir o IPCA-15 em 0,36 p.p. no mês. Os demais grupos ficaram entre -0,05% de comunicação e +0,79% de despesas pessoais.
Medidas do governo
A desaceleração da inflação ocorre em meio a diversas medidas adotadas pelo governo federal e aprovadas no Congresso Nacional para tentar frear a escalada de preços, sobretudo dos combustíveis e da energia elétrica.
O Itaú, que projetava uma alta mensal de 0,19% e anual de 11,46%, estimava que o IPCA-15 do mês já mostraria algum efeito das reduções de impostos sobre combustíveis, telecomunicações e energia elétrica, com impacto deflacionário para os consumidores, embora não totalmente.