O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) registrou uma queda de -0,68% em julho, levemente abaixo da previsão que era de -0,65%.
O índice de junho havia registrado alta de 0,67%.
É a menor taxa registrada para o mês de julho desde o início da série histórica, iniciada em 1980.
O IPCA anual acumulou alta de 10,07%, abaixo da expectativa do mercado de 10,10% e dos 11,89% apresentados anteriormente.
Segundo o Boletim Focus divulgado nesta semana, a expectativa é que o IPCA encerre 2022 a 7,11%, acima tanto da meta de 3,5% como do teto de 5%.
Lembrando que o IPCA é o principal índice que mede a inflação do país.
Variação de cada grupo
Essa queda do índice no mês de julho se deve, principalmente, pelos preços dos combustíveis.
O preço da gasolina caiu 15,48% e do etanol, 11,38%. A gasolina, individualmente, contribuiu com o impacto negativo mais intenso entre os 377 subitens que compõem o IPCA, com -1,04 p.p.
No grupo habitação também houve desaceleração por conta da redução da alíquota de ICMS cobrada sobre os serviços de energia elétrica, outro fator que influenciou o recuo do grupo habitação foi a aprovação, pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), das Revisões Tarifárias Extraordinárias de dez distribuidoras espalhadas pelo país, o que acarretou redução nas tarifas a partir de 13 de julho.
Outro grupo que contribuiu para o resultado da inflação foi o vestuário, com uma desaceleração de 1,67% para 0,58%.
Também mostrou ritmo de desaceleração o grupo de saúde e cuidados pessoais (0,49%) devido à variação inferior dos valores dos planos de saúde (1,13%), na comparação com o mês de junho (2,99%), e à queda de 0,23% dos itens de higiene pessoal, frente à alta de 0,55% em junho.
Em contrapartida, o setor de alimentação e bebidas acelerou no mês de julho. O resultado foi puxado pelo leite longa vida que subiu mais de 25% e pelos derivados do leite como queijo (5,28%) e manteiga (5,75%), por exemplo.
Outro destaque foram as frutas, com alta de 4,40% e impacto de 0,04 p.p. no IPCA de julho. No lado das quedas, os maiores recuos de preços vieram do tomate (-23,68%), da batata-inglesa (-16,62%) e da cenoura (-15,34%), que contribuíram conjuntamente com -0,12 p.p.
O grupo de despesas pessoais (1,13%) acelerou em relação ao mês anterior (0,49%) e contribuiu com o segundo maior impacto positivo (0,11 p.p.) no IPCA de julho. Os dois principais destaques foram os subitens empregado doméstico (1,25%) e cigarro (4,37%).
INPC tem queda de 0,60% em julho
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) foi de -0,60% em julho, a menor variação registrada desde o início da série histórica, iniciada em abril de 1979. O índice acumula alta de 4,98% no ano e de 10,12% nos últimos 12 meses. Os produtos alimentícios passaram de 0,78% em junho para 1,31% em julho. Os não alimentícios foram de 0,57% para -1,21%.