A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia reduziu a projeção da inflação para o fim de 2022, mantendo a estimativa de crescimento.
A projeção de inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) recuou de 6,3% para 5,85%.
Porém, ainda está acima da meta de inflação para o ano, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 3,5%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 2% e o superior é 5%.
No ano, o IPCA já acumula alta de 4,7% e, em 12 meses, o índice total está em 6,47%.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), utilizado para estabelecer o valor do salário mínimo e corrigir aposentadorias, deverá encerrar este ano com variação de 6%, uma queda de 0,54 ponto percentual em relação ao boletim anterior.
A projeção para o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que inclui o setor atacadista e o custo da construção civil, é de 6,11%, inferior à taxa registrada em 2021 (17,74%).
PIB
A estimativa para o aumento do PIB, soma dos bens e dos serviços produzidos no país, ficou em 2,7%, mesmo número divulgado no boletim anterior, em setembro.
Segundo a SPE, o desempenho do emprego, do setor de serviços e da taxa de investimento justificaram a manutenção.
Já esperava-se desaceleração da atividade econômica no segundo semestre deste ano, resultado dos efeitos defasados do ciclo de ajuste da política monetária (aumento de juros pelo Banco Central).
No entanto, projeta-se que os impactos se reduzam ao longo do próximo ano.
Em 2021, o PIB do Brasil cresceu 4,6%, totalizando R$ 8,7 trilhões. Apesar de manter a estimativa para 2022, a SPE reduziu a previsão de crescimento em 2023 de 2,5% para 2,1%.
Segundo o órgão, o cenário externo mais adverso, com a alta dos juros da economia norte-americana e a guerra na Ucrânia, afeta a expansão econômica no resto do mundo.
Já a projeção para 2024 foi mantida em 2,5%.
Perspectivas
Apesar de reconhecer a desaceleração da economia no terceiro trimestre, a SPE espera que a recuperação econômica se mantenha no quarto trimestre, puxada pelos serviços e pela estabilidade na agropecuária.
Segundo o órgão, os efeitos do aumento da taxa Selic pelo Banco Central são os principais responsáveis pela queda no ritmo de crescimento.