A agenda econômica da semana não tem muitos destaques. No Brasil, o principal é a prévia do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), de dezembro.
Espera-se uma alta mensal de 0,54%, levando a taxa anual para 5,9%, de 6,2%.
O indicador deve ser pressionada por alimentação em domicílio (especialmente in natura), gasolina e preços de passagens aéreas.
Por outro lado, produtos de higiene pessoal devem apresentar alguma deflação, ainda com descontos de Black Friday.
Já no Congresso, destaque para a votação da PEC da Transição, na Câmara dos Deputados, que deve ocorrer na próxima terça-feira (20).
O texto é considerado fundamental para viabilizar o pagamento do Bolsa Família em parcelas de R$ 600,00 mensais e um adicional de R$ 150,00 a famílias com crianças de até seis anos.
A PEC, aprovada pelo Senado Federal na semana retrasada, prevê uma ampliação de R$ 145 bilhões no teto de gastos.
Articuladores políticos do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), correm contra o tempo para destravar a votação.
Porém, o movimento esbarra no julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a constitucionalidade das emendas de relator (conhecidas como “orçamento secreto”).
Já a votação do projeto que altera a Lei das Estatais no Senado deve ficar para 2023. O texto passou pela Câmara na calada da noite da terça-feira passada, o que gerou uma forte repercussão negativa.
Desse modo, a manobra facilita indicações políticas para cargos em empresas públicas e agências reguladoras. É o caso de Aloizio Mercadante, anunciado por Lula como novo presidente do BNDES.
Hoje, a Lei das Estatais impede que políticos ou pessoas que trabalharam em campanhas eleitorais nos últimos 36 meses ocupe cargos de presidente ou diretor em empresas públicas. A alteração aprovada na Câmara remove essa alteração.
Agenda econômica da semana no exterior
O Federal Reserve, o Banco Central da Inglaterra e o BC Europeu fizeram, cada um, novo ajuste de 50 pontos-base, desacelerando o ciclo de aperto – mas indicando que as taxas devem se manter elevadas por mais tempo.
Na semana, destaque para a terceira e última revisão do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos. A segunda apontou para um crescimento de 2,9%.
Dados de Confiança do Consumidor do Conference Board e de Michigan serão conhecidos na quarta e na sexta-feira, respectivamente.
Também é na sexta que saem os números de gastos pessoais de novembro medidos pelo PCE, o índice de inflação predileto do Federal Reserve. O consenso Refinitiv prevê uma ligeira alta de 0,2% no núcleo do índice.
No mundo corporativo, a Nike vai divulgar os resultados de seu segundo trimestre fiscal na terça-feira (20), após o fechamento das Bolsas em Nova York.
O investidor deve ficar de olho em dados referentes aos estoques da companhia, um importante termômetro do consumo e de como a inflação elevada está corroendo o poder de compra da população.